ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Após uma verdadeira novela, envolvendo demolição não autorizada, obra embargada e diversas reportagens polêmicas nos jornais, mais uma casa localizada no centro histórico de Hamburgo Velho desaparece completamente sob nossos olhares impassíveis, deixando este importante conjunto cada vez mais desfalcado.
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(O vazio deixado pela demolição da casa histórica. Seu térreo, até então preservado, é intervenção posterior. foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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A casa, apesar das sucessivas reformas recebidas ao longo do tempo, tinha redobrada sua importância por encontrar-se dentro do Centro Histórico de Hamburgo Velho (delimitado pelo Plano Diretor do Município), um dos poucos sítios históricos urbanos referentes à imigração alemã existentes no Estado. Era parte integrante da paisagem urbana do bairro e inevitavelmente, entrava no conceito de conjunto, estando no entorno imediato de outras importantes construções históricas (Casa Kayser, antigo Evangelisches Stift, antiga Bier Garten e Igreja dos Reis Magos).
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Como sempre, as justificativas para demolição foram das mais infundadas, envolvendo "perigo de desabamento nos pedestres", "nenhum valor histórico", "irrelevância para a história da cidade", e até mesmo seu "estado de ruínas".
Pois bem, é impossível exigir que os imóveis históricos mantenham sua integridade e valor econômico após décadas de abandono, falta de manutenção, infiltração e descaso. Todos estes fatores apenas colaboram para a dificuldade de sua preservação, encarecendo ou até inviabilizando uma futura restauração. Estes problemas são fruto apenas do descuido com o próprio bem imóvel, e não uma consequência da antiguidade do bem.
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A espessura de suas paredes, reveladas durante a demolição da casa, revelaram a rigidez estrutural que as empenas mantinham apesar dos anos de abandono e falta de manutenção.
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Acompanhe as diversas fases que a casa passou, antes de sua completa demolição.
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- Em março de 2008, a casa encontrava-se em sua integridade. Apesar disso, eram claros os sinais de abandono observados nas esquadrias e no aparecimento de vegetação, prejudicando a empena. O assoalho de madeira, observável pelo térreo, já encontrava-se inteiramente apodrecido.
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(foto: Elis Regina Berndt)
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- Um ano depois, em março de 2009, já com a platibanda derrubada e telhamento retirado:
(foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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- Telhamento retirado, em abril de 2009. A casa permaneceu assim por meses:
(foto: Elis Regina Berndt)
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- Em Junho de 2009, a demolição foi reiniciada, sendo derrubadas as paredes laterais e todo o telhado. A obra foi embargada quando só restava a fachada frontal, sem resquícios de importância histórica. Nesta época, foram publicadas notícias no jornal da região.
(foto: Elis Regina Berndt)
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- Em 19 de Julho de 2009, com seu volume histórico já completamente demolido.
(foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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E assim termina mais um lamentável capítulo da incansável luta pela valorização e preservação do centro histórico de Novo Hamburgo. Seria completamente insano imaginar que o valor histórico da construção possa ser recuperado com uma reconstrução. Um documento histórico real nunca deve ser trocado por cópias e simulacros.
O enorme potencial cultural e turístico da região continua subutilizado, e como vemos neste caso, desperdiçado por falta de interesse e de informação - e quem sabe, de empreendedorismo por parte dos proprietários.
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Com muitas e tristes perdas nos últimos tempos (incluídas nesse rol as várias casas que foram inteiramente demolidas e reconstruídas em projetos de restauro no mínimo discutíveis - deixando-as comprometidas em seu valor histórico), Hamburgo Velho segue desvalorizada e com seu enorme potencial adormecido. Um tesouro usado como simples corredor de passagem para o crescente fluxo de carros da cidade. E infelizmente continuará assim, enquanto o "ranço" e o clima de má vontade e discórdia entre os diversos movimentos sociais e políticos interessados no bairro permanecer.
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Igreja dos Reis Magos agora destaca-se na Rua Maurício Cardoso. (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Este vazio urbano deixado pela demolição da casa histórica nos revela uma visual inédita da igreja dos Reis Magos, recentemente reinaugurada inteiramente restaurada. O projeto foi executado com recursos próprios da comunidade evangélica, que lutou por verbas sem nenhum apoio de leis de incentivo à cultura ou outros programas estatais, por não ser um bem tombado. Com esse episódio triste, temos a possibilidade de ver triunfar uma esperança logo atrás deste e de outros episódios lamentáveis!
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Texto: Jorge Luís Stocker Jr
Fotos: Elis Regina Berndt e Jorge Luís Stocker Jr.
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Leia também:
- Matérias publicadas na DEFENDER, extraídas do Jornal NH, a respeito da casa histórica: [1 | 2]