ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
O fantasma de bens históricos significativos, demolidos num passado recente, ainda assombram o meio urbano da cidade de Campo Bom (RS)
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Aspecto do centro histórico da cidade (fonte: Acervo digital / Roberto Atkinson)
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Campo Bom situa-se na Região Metropolitana de Porto Alegre, conurbada com o município de Novo Hamburgo. A "Pequena Gigante do Vale", como ficou conhecida devido a prosperidade econômica, tem desde sempre crescido sem a devida reflexão sob o meio urbano.
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Cinema Imperial, um dos bens que resistem no centro da cidade (foto: Elis Regina Berndt)
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Mas é com assombro que verificamos uma verdadeira "devastação" do seu patrimônio histórico arquitetônico. Torna-se difícil - senão impossível - a leitura dos diferentes momentos da história do município. Observamos a destruição completa de todas as casas enxaimel situadas na área urbana (que remeteriam ao período da colonização e características rurais), de praticamente todas as casinhas ecléticas ao longo da Avenida Brasil (antiga strassendorf pela qual desenvolveu-se o núcleo inicial) e o já significativo e gradual desaparecimento das construções do início do século XX (as casas ecléticas com influência da imigração).
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Analisando o Inventário do Patrimônio Cultural, realizado no ano de 1996 pelo poder público municipal, percebemos que em apenas 13 anos, a cidade perdeu uma dezena de importantes referenciais históricos.
Apresentaremos aqui três destas edificações.
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Villa Ida
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Aspecto da Villa Ida (fonte: acervo digital/Roberto Atkinson)
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Construída em 1924, a casa pertenceu ao proprietário da primeira fábrica calçadista do município, Gustavo Vetter. O nome é uma homenagem a sua esposa, Ida Blauth.
A Villa Ida foi demolida, apesar de constante no inventário remetido ao IPHAE e IPHAN, deixando uma triste lacuna no conjunto histórico antes existente no centro da cidade.
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Dentro deste conjunto, encontra-se a casa de Alfredo Blos, a antiga Estação Ferroviária, o Cinema Imperial, e o prédio da Fábrica dos Vetter. Tal conjunto encontra-se hoje irremediavelmente desfigurado.
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Conjunto histórico do centro da cidade, hoje desfigurado pela ausência da Villa Ida e modificação da casa à esquerda. A antiga casa de Alfredo Blos e a estação ferroviária ainda existem. (Fonte: acervo digital/Roberto Atkinson)
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Aspecto atual do terreno. Progresso? (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Villa Julieta
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Aspecto da Villa Ida. (fonte: Arquivo digital/Pref. Municipal)
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Construída em 1931, projeto do construtor licenciado João Hilgert.
Teria sido demolida sem autorização, pouco tempo após a conclusão do inventário.
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A Villa Julieta também fazia parte de um conjunto histórico homogêneo. No entorno imediato, analisa-se a presença da Villa Ella, Sede Social do Clube XV, Casa de Felipe Blos (ainda existentes), e os prédios da Calçados Castello na esquina em frente (completamente desfigurado por painéis publicitários) e da primeira Prefeitura, no terreno ao lado e também já demolido.
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Aspecto do terreno, que serviu por décadas como posto de lavagem. Progresso? Atualmente a construção de um prédio residencial preenche o terreno. (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Casa de Pedro Blos Fº
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A casa no ano de 2006, pouco tempo antes de sua demolição. (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Casa eclética integrante do conjunto histórico que caracterizava o bairro Porto Blos. Seu lote tem fundos para o Rio dos Sinos. Além do prédio original, contava com a mureta e portãozinho de acesso da época. Foi completamente demolida no ano de 2007.
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O terreno já vazio. Até mesmo a mureta foi demolida.
Apenas as palmeiras testemunham a existência anterior da casa. Progresso? (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Estes são apenas 3 dos 10 bens inventariados demolidos.Podemos perceber, analisando o total dos dez bens históricos já demolidos na área urbana, que nenhum deles deu lugar a outra construção de relevância arquitetônica, social ou econômica.
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O que vemos não é o tão aclamado "progresso", mas uma devastação brutal e sem motivos. Afinal, os terrenos são usados hoje como postos de lavagem, estacionamentos, revendas de carros -, como se não houvessem outras áreas na cidade para abrigar tais estabelecimentos - ou mesmo continuam abandonados sem qualquer uso.
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Serão esses telheiros de brasilit/eternit ou esses terrenos baldios abandonados, o tão aclamado progresso evocado pela derrubada das casas?
Veja mais:
- Localização das casas com as imagens do inventário de 1996, no Panoramio do Die Zeit:
[1] Villa Ida
[2] Villa Julieta
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Elis (parente ...) e Jorge,
ResponderExcluirAqui em São Paulo também vivemos este descaso com a história de nossa cidade, mas é sempre bom saber que ainda tem muita gente preocupada em preservar aquilo que representa nossa origem.
Quando for possível em uma das minhas viagens vou fazer questão de passar por ai pra conhece-los e poder fotografar um pouco do que restou.
Parabpens pelo trabalho
Olá, passei para conhecer seu blog, bacana mesmo!
ResponderExcluirO meu é sobre Arte e Cultura.
Apareça pra connhecê-lo melhor, aproveite e fique amigo!
Te espero heim?
Leto
Que tristeza saber que a Vila Ida ,que era tão bela, assim como a Villa Julieta e outros foram demolidos.A insensibilidade de quem fez isto movido por uma falsa visão de progresso ou mesmo por falta de escrúpulos visando somente vantagens pessoais, é revoltante.
ResponderExcluirHOTEL ELITE,
ResponderExcluirMais um entre tantas vítimas do pouco-caso, da falta de cultura e do desinteresse daqueles que comandam os destinos da cidade.
Gilberto Lemes
http://cambuka.blogspot.com
SEM COMENTARIOS
ResponderExcluirO termo REVITALIZAR virou moda aqui em Campo Bom. Eles estão revitalizando a Ciclovia, então cortam árvores vintenárias para melhorar
ResponderExcluiro "VISU". VÃO ILUMINAR TODA A CICLOVIA, TALVEZ PARA OS PÁSSAROS ENXERGAREM À NOITE. SERÁ QUE NÃO TERIA UM SEGUNDO CENÁRIO ONDE AS ÁRVORES NÃO PRECISASSEM SER CORTADAS. HAJA CALOR !!!
JUAREZ