ATENÇÃO: ESTE ARTIGO NÃO É CONTEÚDO LIVRE E SÓ PODE SER REPRODUZIDO TOTAL OU PARCIALMENTE SOB AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DOS AUTORES.
Nestes tempos de decadência urbana, carrodependência, constantes mudanças e falta de referenciais, parar para pensar no meio urbano e na arquitetura como um legado para o futuro parece ser uma atitude cada vez menos comum.
Este “desapego” aos espaços e ao que eles podem representar é uma das conseqüências da modernidade, e reflete-se tanto na massiva demolição do patrimônio histórico, quanto na construção de edificações sem qualquer qualidade arquitetônica. Vivemos a era do “descartável”, e a cidade não escapa à regra.
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A falta de reflexão teórica sobre arquitetura e a existência de planos diretores defasados, apenas preocupados com a circulação de carros e com expansão imobiliária, intensifica a decadência urbana e visual de nossas cidades. Tudo sob o ultrapassado signo do “progresso” – que se dá às custas das sandices do mercado e a busca incessante por lucro fácil. Como um exemplo de mais acessível entendimento, está o trânsito confuso, até mesmo nas menores cidades.
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Novo Hamburgo: Bagunça na escala da cidade, em vista destacando área do centro histórico de Hamburgo Velho. Não há uma transição harmônica de limite de alturas, deixando a torre da Igreja dos Reis Magos e o Monumento à Imigração desvalorizado, e desvalorizando as próprias torres residenciais na paisagem. (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Das demolições, surgem então exemplares de uma arquitetura completamente subordinada ao que o “mercado quer”. São prédios pretensamente funcionais, com os repetitivos grandes panos de vidro para lojas comerciais, ocupação máxima de área, revestimentos repetitivos de cerâmica, enormes placas publicitárias... Um total “não pertencimento” a nada, sem vínculos com a cidade em que se situa nem com qualquer ramificação da arquitetura contemporânea qualificada.
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Mesmo quando a intenção parece ser das melhores, vemos as conseqüências da falta de correta reflexão. Que o digam as centenas de “enxaimelóides” e “castelinhos” da Serra Gaúcha, que já contaminam as serras do restante do Brasil. Na tentativa muitas vezes inocente (e na maioria das vezes interesseira) de homenagear cultura de imigrantes, acabam por confundir tudo o que poderia valorizá-las.
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Um dos últimos chalés antigos do centro de Gramado, finalmente valorizado. Será um espaço cultural/museu. Este estilo de casa era característico da região central. Em oposição, ao lado, um dos prédios atuais. Qualquer semelhança será, sem dúvidas, apenas triste coincidência. (Fotos: Jorge Luís Stocker Jr. /2008)
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O turista da Serra Gaúcha encanta-se com o luxo e requinte europeu do centro da cidade, atribuindo tudo isso à cultura local de imigração alemã e italiana. A simplicidade do autêntico legado cultural dos imigrantes, no entanto, é descartado e vilmente demolido a cada dia. O próprio legado imaterial desaparece sem maiores registros. Enquanto isso, o que estes espaços falsificados narram aos seus turistas?
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Vejamos por exemplo o “Parque do Imigrante”, em Nova Petrópolis, que pretende-se “histórico”. E o que encontramos nele é, no mínimo, revoltante: construções centenárias em técnica enxaimel, que foram cruelmente arrancadas de seus contextos originais, no interior do município, e posteriormente reconstruídas sem uso da técnica original (basta ver os parafusos e pregos!). A construção artificial de paisagens, sem vínculo real algum, com inclusive acréscimos e mudanças no corpo das edificações, não nos parece uma boa forma de “preservar a história”, quanto menos a memória – ainda mais sabendo-se que a última vincula-se muito facilmente aos espaços.
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Desrespeito histórico com a igreja evangélica, original da localidade de Linha Araripe. A igreja foi demolida e reconstruída no Parque Aldeia do Imigrante de Nova Petrópolis, com a invenção de uma torre “enxaimel” e de uma abside, utilizando pregos ao invés dos encaixes enxaimel. (Fotos: histórica Jornal o Diario 22.04.2009 e Jorge Luís Stocker Jr./2008)
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Já no centro das cidades da Serra Gaúcha, a profusão de edifícios novos “com estilo antigo” é intensa, todos na luta incessante pela fachada mais luxuosa e/ou exagerada. Não há qualquer relação com a técnica enxaimel original, pois os prédios tem estrutura de concreto armado. Não há sequer vinculação com a estética das estruturas originalmente praticadas na região, consequentes do local de origem dos imigrantes: estes prédios evocam paisagens suíças, ou imitam edificações bávaras/blokausse, as quais originalmente sequer existiram no Brasil. Isso quando não são prédios comuns, com aplique de trama de madeira completamente desproporcionada, gerando um conflito visual terrível. O enxaimel, nestes casos, não passa de um “agregado” posterior à fachada, valendo-se da estética para vender um clima europeu, a ser consumido pelo turista.
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Típico prédio gramadense, conseqüência do consumo de paisagens artificiais pelo turismo de massas e da legislação municipal, que isenta impostos para construções deste tipo. (Foto: Jorge Luís Stocker Jr/2008)
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E o que será legado para o futuro, como retrato de nosso tempo, dos avanços construtivos ou mesmo estéticos? Sejamos razoáveis: este tipo de edificação, que falsifica uma técnica histórica de modo a reduzi-la a um adorno de fachada, tem algo a narrar às futuras gerações, além da decadência cultural e da falta de escrúpulos do mercado imobiliário? Há realmente alguma “continuidade” entre o enxaimel original (técnica construtiva síntese de elementos da cultura teuta com materiais e ambiente brasileiro), cujos últimos exemplares datam da década de 1910, e o enxaimelóide (adornos de fachada em concreto ou madeira) construído a partir dos anos 90?
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Neste mar de maus exemplos, felizmente encontramos, ao poucos, a consciência despertando. Já citamos anteriormente o Museu do Pão, de Ilópolis. Mas existem outros exemplos que, apesar de não embasados na cultura local como este, mostram uma visão diferenciada de arquitetura.
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Na cidadezinha de Alto Feliz (RS), também na Serra Gaúcha, a Vinícola Don Guerino descarta qualquer tentativa de inventar tradições ou falsas paisagens culturais. Quando muitas vinícolas empreendem a construção das suas sedes em forma de castelinhos pseudo-medievais, na tentativa de estabelecer ambientes que lembrem a tradição das vinícolas européias, a Don Guerino assume arquitetônicamente o que é de fato: uma vinícola nova, em busca de sua identidade própria.
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A vinícola Don Guerino, de Alto Feliz. Volumes puros, com boa articulação de texturas. (Foto: Jorge Luís Stocker Junior)
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O projeto do Arquiteto Daniel Palavro toma partido da linguagem contemporânea, utilizando um volume prismático alongado e horizontal. A boa distribuição dos espaços internos, refletida em uma geometria bem resolvida, reforça a qualidade estética do prédio. A articulação de volumes e de texturas é simples, mas nada simplória. O entorno, rodeado de morros verdes e dos vinhedos, emoldura perfeitamente sua existência, em contraste com as linhas retas.
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Deixemos o patrimônio histórico da região, ainda bastante significativo por sinal, contar sua história. Que, aliás, o poder público de Alto Feliz tenha a sensibilidade de inventariar as edificações, e protegê-las efetivamente, pois são determinantes para a construção da identidade derivada da cultura alemã e para o potencial turístico cultural.
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Outro ângulo do prédio da vinícola. (Foto: Jorge Luís Stocker Junior)
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E que possamos continuar construindo uma história autêntica, dando sim continuidade ao legado deixado pelo passado, mas respeitando seu limite temporal. É essencial pensar no atual como um legado para o futuro (mesmo em época de desapego espacial, pensar nesta atitude como forma de qualificar o presente): construindo uma arquitetura realmente vinculada ao nosso tempo, ao momento da arquitetura atual, sem falsificar a própria história que vivemos.
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Texto: Jorge Luís Stocker Jr.
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Observação: O texto anterior, relativo a destruição de uma casa histórica em Campo Bom foi temporariamente removido e deverá ser republicado em breve, complementado.
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VEJA TAMBÉM:
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- O bom exemplo de Ilópolis no desenvolvimento turístico – Museu do Pão;
- Vídeo de visita da ASAEC à vinícola Don Guerino.
-Site da vinícola Don Guerino.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Exposição Fotográfica Hamburgo Velho, Novos Olhares
Exposição fotógrafica busca mostrar olhares diferenciados sob o centro histórico de Novo Hamburgo
Divulgação
Buscando retratar parte do extenso acervo histórico que se esconde por trás das diferentes igrejas, casas, museus e demais obras arquitetônicas do mais antigo bairro de Novo Hamburgo, o grupo Fotochimas apresenta a exposição: “Hamburgo Velho, Novos Olhares”. Escolhido como tema por sua relevância cultural, Hamburgo Velho foi o primeiro núcleo urbano da cidade e conserva, até hoje, um cenário bastante interessante e heterogêneo.
Na exposição, que será realizada de 20 de outubro a 11 de novembro, no Espaço Aberto, em Novo Hamburgo, poderão ser vistos os mais variados monumentos históricos e paisagens do bairro histórico. Uma sequência de 32 fotos busca lançar novos olhares sob o tema, que vem atraindo cada vez mais atenção.
Além do centro histórico, entre os locais retratados estão prédios situados na Rua General Osório, considerada um corredor histórico-cultural da cidade.
Com grande importância social, a Igreja Evangélica Luterana dos Reis Magos e a Igreja Nossa Senhora da Piedade também aparecem entre as imagens registradas pelas
lentes dos oito fotógrafos gaúchos, colegas do grupo Fotochimas.
Criado recentemente, o Fotochimas é um grupo formado por fotógrafos profissionais e amadores do Rio Grande do Sul, interessados em compartilhar informações e conhecimentos sobre fotografia. Para isto, o grupo promove vários encontros fotográficos, além de participar dos mais variados workshops e palestras sobre o assunto.
“Com a exposição, pretendemos mostrar aos visitantes todo o colorido, texturas, luzes e expressões que realçam as diferentes belezas que os cercam em Novo Hamburgo”, afirma Graziela de Oliveira, autora de 5 das 32 fotos.
Fotógrafos participantes:
Elis Regina Berndt*
Grazi Oliveira
Guilherme Skylwalker
Jorge Luís Stocker Junior*
Juliana Fleck
Rodrigo Gressler
Suzana da Luz
(*autores deste blog)
Exposição: Hamburgo Velho, Novos Olhares
Apresentador: Fotochimas – Fotografia e Amizade
Data: de 20 de outubro a 11 de novembro
Horário de visitação: das 9 às 18 horas
Local: Espaço Aberto, Centro Cultural Albano Hartz, Calçadão de Novo Hamburgo
Informações: http://www.fotochimas.com.br
Divulgação
Buscando retratar parte do extenso acervo histórico que se esconde por trás das diferentes igrejas, casas, museus e demais obras arquitetônicas do mais antigo bairro de Novo Hamburgo, o grupo Fotochimas apresenta a exposição: “Hamburgo Velho, Novos Olhares”. Escolhido como tema por sua relevância cultural, Hamburgo Velho foi o primeiro núcleo urbano da cidade e conserva, até hoje, um cenário bastante interessante e heterogêneo.
Na exposição, que será realizada de 20 de outubro a 11 de novembro, no Espaço Aberto, em Novo Hamburgo, poderão ser vistos os mais variados monumentos históricos e paisagens do bairro histórico. Uma sequência de 32 fotos busca lançar novos olhares sob o tema, que vem atraindo cada vez mais atenção.
Além do centro histórico, entre os locais retratados estão prédios situados na Rua General Osório, considerada um corredor histórico-cultural da cidade.
Com grande importância social, a Igreja Evangélica Luterana dos Reis Magos e a Igreja Nossa Senhora da Piedade também aparecem entre as imagens registradas pelas
lentes dos oito fotógrafos gaúchos, colegas do grupo Fotochimas.
Criado recentemente, o Fotochimas é um grupo formado por fotógrafos profissionais e amadores do Rio Grande do Sul, interessados em compartilhar informações e conhecimentos sobre fotografia. Para isto, o grupo promove vários encontros fotográficos, além de participar dos mais variados workshops e palestras sobre o assunto.
“Com a exposição, pretendemos mostrar aos visitantes todo o colorido, texturas, luzes e expressões que realçam as diferentes belezas que os cercam em Novo Hamburgo”, afirma Graziela de Oliveira, autora de 5 das 32 fotos.
Fotógrafos participantes:
Elis Regina Berndt*
Grazi Oliveira
Guilherme Skylwalker
Jorge Luís Stocker Junior*
Juliana Fleck
Rodrigo Gressler
Suzana da Luz
(*autores deste blog)
Exposição: Hamburgo Velho, Novos Olhares
Apresentador: Fotochimas – Fotografia e Amizade
Data: de 20 de outubro a 11 de novembro
Horário de visitação: das 9 às 18 horas
Local: Espaço Aberto, Centro Cultural Albano Hartz, Calçadão de Novo Hamburgo
Informações: http://www.fotochimas.com.br
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Eles não estão mais entre nós
ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
O fantasma de bens históricos significativos, demolidos num passado recente, ainda assombram o meio urbano da cidade de Campo Bom (RS)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Aspecto do centro histórico da cidade (fonte: Acervo digital / Roberto Atkinson)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Campo Bom situa-se na Região Metropolitana de Porto Alegre, conurbada com o município de Novo Hamburgo. A "Pequena Gigante do Vale", como ficou conhecida devido a prosperidade econômica, tem desde sempre crescido sem a devida reflexão sob o meio urbano.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Cinema Imperial, um dos bens que resistem no centro da cidade (foto: Elis Regina Berndt)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Mas é com assombro que verificamos uma verdadeira "devastação" do seu patrimônio histórico arquitetônico. Torna-se difícil - senão impossível - a leitura dos diferentes momentos da história do município. Observamos a destruição completa de todas as casas enxaimel situadas na área urbana (que remeteriam ao período da colonização e características rurais), de praticamente todas as casinhas ecléticas ao longo da Avenida Brasil (antiga strassendorf pela qual desenvolveu-se o núcleo inicial) e o já significativo e gradual desaparecimento das construções do início do século XX (as casas ecléticas com influência da imigração).
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Analisando o Inventário do Patrimônio Cultural, realizado no ano de 1996 pelo poder público municipal, percebemos que em apenas 13 anos, a cidade perdeu uma dezena de importantes referenciais históricos.
Apresentaremos aqui três destas edificações.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Villa Ida
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Aspecto da Villa Ida (fonte: acervo digital/Roberto Atkinson)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Construída em 1924, a casa pertenceu ao proprietário da primeira fábrica calçadista do município, Gustavo Vetter. O nome é uma homenagem a sua esposa, Ida Blauth.
A Villa Ida foi demolida, apesar de constante no inventário remetido ao IPHAE e IPHAN, deixando uma triste lacuna no conjunto histórico antes existente no centro da cidade.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Dentro deste conjunto, encontra-se a casa de Alfredo Blos, a antiga Estação Ferroviária, o Cinema Imperial, e o prédio da Fábrica dos Vetter. Tal conjunto encontra-se hoje irremediavelmente desfigurado.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Conjunto histórico do centro da cidade, hoje desfigurado pela ausência da Villa Ida e modificação da casa à esquerda. A antiga casa de Alfredo Blos e a estação ferroviária ainda existem. (Fonte: acervo digital/Roberto Atkinson)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Aspecto atual do terreno. Progresso? (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Villa Julieta
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Aspecto da Villa Ida. (fonte: Arquivo digital/Pref. Municipal)
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Construída em 1931, projeto do construtor licenciado João Hilgert.
Teria sido demolida sem autorização, pouco tempo após a conclusão do inventário.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
A Villa Julieta também fazia parte de um conjunto histórico homogêneo. No entorno imediato, analisa-se a presença da Villa Ella, Sede Social do Clube XV, Casa de Felipe Blos (ainda existentes), e os prédios da Calçados Castello na esquina em frente (completamente desfigurado por painéis publicitários) e da primeira Prefeitura, no terreno ao lado e também já demolido.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Aspecto do terreno, que serviu por décadas como posto de lavagem. Progresso? Atualmente a construção de um prédio residencial preenche o terreno. (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Casa de Pedro Blos Fº
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A casa no ano de 2006, pouco tempo antes de sua demolição. (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Casa eclética integrante do conjunto histórico que caracterizava o bairro Porto Blos. Seu lote tem fundos para o Rio dos Sinos. Além do prédio original, contava com a mureta e portãozinho de acesso da época. Foi completamente demolida no ano de 2007.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
O terreno já vazio. Até mesmo a mureta foi demolida.
Apenas as palmeiras testemunham a existência anterior da casa. Progresso? (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Estes são apenas 3 dos 10 bens inventariados demolidos.Podemos perceber, analisando o total dos dez bens históricos já demolidos na área urbana, que nenhum deles deu lugar a outra construção de relevância arquitetônica, social ou econômica.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
O que vemos não é o tão aclamado "progresso", mas uma devastação brutal e sem motivos. Afinal, os terrenos são usados hoje como postos de lavagem, estacionamentos, revendas de carros -, como se não houvessem outras áreas na cidade para abrigar tais estabelecimentos - ou mesmo continuam abandonados sem qualquer uso.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Serão esses telheiros de brasilit/eternit ou esses terrenos baldios abandonados, o tão aclamado progresso evocado pela derrubada das casas?
Veja mais:
- Localização das casas com as imagens do inventário de 1996, no Panoramio do Die Zeit:
[1] Villa Ida
[2] Villa Julieta
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O fantasma de bens históricos significativos, demolidos num passado recente, ainda assombram o meio urbano da cidade de Campo Bom (RS)
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Aspecto do centro histórico da cidade (fonte: Acervo digital / Roberto Atkinson)
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Campo Bom situa-se na Região Metropolitana de Porto Alegre, conurbada com o município de Novo Hamburgo. A "Pequena Gigante do Vale", como ficou conhecida devido a prosperidade econômica, tem desde sempre crescido sem a devida reflexão sob o meio urbano.
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Cinema Imperial, um dos bens que resistem no centro da cidade (foto: Elis Regina Berndt)
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Mas é com assombro que verificamos uma verdadeira "devastação" do seu patrimônio histórico arquitetônico. Torna-se difícil - senão impossível - a leitura dos diferentes momentos da história do município. Observamos a destruição completa de todas as casas enxaimel situadas na área urbana (que remeteriam ao período da colonização e características rurais), de praticamente todas as casinhas ecléticas ao longo da Avenida Brasil (antiga strassendorf pela qual desenvolveu-se o núcleo inicial) e o já significativo e gradual desaparecimento das construções do início do século XX (as casas ecléticas com influência da imigração).
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Analisando o Inventário do Patrimônio Cultural, realizado no ano de 1996 pelo poder público municipal, percebemos que em apenas 13 anos, a cidade perdeu uma dezena de importantes referenciais históricos.
Apresentaremos aqui três destas edificações.
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Villa Ida
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Aspecto da Villa Ida (fonte: acervo digital/Roberto Atkinson)
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Construída em 1924, a casa pertenceu ao proprietário da primeira fábrica calçadista do município, Gustavo Vetter. O nome é uma homenagem a sua esposa, Ida Blauth.
A Villa Ida foi demolida, apesar de constante no inventário remetido ao IPHAE e IPHAN, deixando uma triste lacuna no conjunto histórico antes existente no centro da cidade.
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Dentro deste conjunto, encontra-se a casa de Alfredo Blos, a antiga Estação Ferroviária, o Cinema Imperial, e o prédio da Fábrica dos Vetter. Tal conjunto encontra-se hoje irremediavelmente desfigurado.
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Conjunto histórico do centro da cidade, hoje desfigurado pela ausência da Villa Ida e modificação da casa à esquerda. A antiga casa de Alfredo Blos e a estação ferroviária ainda existem. (Fonte: acervo digital/Roberto Atkinson)
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Aspecto atual do terreno. Progresso? (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Villa Julieta
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Aspecto da Villa Ida. (fonte: Arquivo digital/Pref. Municipal)
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Construída em 1931, projeto do construtor licenciado João Hilgert.
Teria sido demolida sem autorização, pouco tempo após a conclusão do inventário.
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A Villa Julieta também fazia parte de um conjunto histórico homogêneo. No entorno imediato, analisa-se a presença da Villa Ella, Sede Social do Clube XV, Casa de Felipe Blos (ainda existentes), e os prédios da Calçados Castello na esquina em frente (completamente desfigurado por painéis publicitários) e da primeira Prefeitura, no terreno ao lado e também já demolido.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Aspecto do terreno, que serviu por décadas como posto de lavagem. Progresso? Atualmente a construção de um prédio residencial preenche o terreno. (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Casa de Pedro Blos Fº
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A casa no ano de 2006, pouco tempo antes de sua demolição. (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Casa eclética integrante do conjunto histórico que caracterizava o bairro Porto Blos. Seu lote tem fundos para o Rio dos Sinos. Além do prédio original, contava com a mureta e portãozinho de acesso da época. Foi completamente demolida no ano de 2007.
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O terreno já vazio. Até mesmo a mureta foi demolida.
Apenas as palmeiras testemunham a existência anterior da casa. Progresso? (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Estes são apenas 3 dos 10 bens inventariados demolidos.Podemos perceber, analisando o total dos dez bens históricos já demolidos na área urbana, que nenhum deles deu lugar a outra construção de relevância arquitetônica, social ou econômica.
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O que vemos não é o tão aclamado "progresso", mas uma devastação brutal e sem motivos. Afinal, os terrenos são usados hoje como postos de lavagem, estacionamentos, revendas de carros -, como se não houvessem outras áreas na cidade para abrigar tais estabelecimentos - ou mesmo continuam abandonados sem qualquer uso.
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Serão esses telheiros de brasilit/eternit ou esses terrenos baldios abandonados, o tão aclamado progresso evocado pela derrubada das casas?
Veja mais:
- Localização das casas com as imagens do inventário de 1996, no Panoramio do Die Zeit:
[1] Villa Ida
[2] Villa Julieta
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terça-feira, 21 de julho de 2009
Desaparece mais um capítulo de nossa história - Demolição de casa histórica em Novo Hamburgo (RS)
ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Após uma verdadeira novela, envolvendo demolição não autorizada, obra embargada e diversas reportagens polêmicas nos jornais, mais uma casa localizada no centro histórico de Hamburgo Velho desaparece completamente sob nossos olhares impassíveis, deixando este importante conjunto cada vez mais desfalcado.
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(O vazio deixado pela demolição da casa histórica. Seu térreo, até então preservado, é intervenção posterior. foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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A casa, apesar das sucessivas reformas recebidas ao longo do tempo, tinha redobrada sua importância por encontrar-se dentro do Centro Histórico de Hamburgo Velho (delimitado pelo Plano Diretor do Município), um dos poucos sítios históricos urbanos referentes à imigração alemã existentes no Estado. Era parte integrante da paisagem urbana do bairro e inevitavelmente, entrava no conceito de conjunto, estando no entorno imediato de outras importantes construções históricas (Casa Kayser, antigo Evangelisches Stift, antiga Bier Garten e Igreja dos Reis Magos).
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Como sempre, as justificativas para demolição foram das mais infundadas, envolvendo "perigo de desabamento nos pedestres", "nenhum valor histórico", "irrelevância para a história da cidade", e até mesmo seu "estado de ruínas".
Pois bem, é impossível exigir que os imóveis históricos mantenham sua integridade e valor econômico após décadas de abandono, falta de manutenção, infiltração e descaso. Todos estes fatores apenas colaboram para a dificuldade de sua preservação, encarecendo ou até inviabilizando uma futura restauração. Estes problemas são fruto apenas do descuido com o próprio bem imóvel, e não uma consequência da antiguidade do bem.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
A espessura de suas paredes, reveladas durante a demolição da casa, revelaram a rigidez estrutural que as empenas mantinham apesar dos anos de abandono e falta de manutenção.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Acompanhe as diversas fases que a casa passou, antes de sua completa demolição.
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- Em março de 2008, a casa encontrava-se em sua integridade. Apesar disso, eram claros os sinais de abandono observados nas esquadrias e no aparecimento de vegetação, prejudicando a empena. O assoalho de madeira, observável pelo térreo, já encontrava-se inteiramente apodrecido.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
(foto: Elis Regina Berndt)
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- Um ano depois, em março de 2009, já com a platibanda derrubada e telhamento retirado:
(foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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- Telhamento retirado, em abril de 2009. A casa permaneceu assim por meses:
(foto: Elis Regina Berndt)
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- Em Junho de 2009, a demolição foi reiniciada, sendo derrubadas as paredes laterais e todo o telhado. A obra foi embargada quando só restava a fachada frontal, sem resquícios de importância histórica. Nesta época, foram publicadas notícias no jornal da região.
(foto: Elis Regina Berndt)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
- Em 19 de Julho de 2009, com seu volume histórico já completamente demolido.
(foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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E assim termina mais um lamentável capítulo da incansável luta pela valorização e preservação do centro histórico de Novo Hamburgo. Seria completamente insano imaginar que o valor histórico da construção possa ser recuperado com uma reconstrução. Um documento histórico real nunca deve ser trocado por cópias e simulacros.
O enorme potencial cultural e turístico da região continua subutilizado, e como vemos neste caso, desperdiçado por falta de interesse e de informação - e quem sabe, de empreendedorismo por parte dos proprietários.
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Com muitas e tristes perdas nos últimos tempos (incluídas nesse rol as várias casas que foram inteiramente demolidas e reconstruídas em projetos de restauro no mínimo discutíveis - deixando-as comprometidas em seu valor histórico), Hamburgo Velho segue desvalorizada e com seu enorme potencial adormecido. Um tesouro usado como simples corredor de passagem para o crescente fluxo de carros da cidade. E infelizmente continuará assim, enquanto o "ranço" e o clima de má vontade e discórdia entre os diversos movimentos sociais e políticos interessados no bairro permanecer.
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Igreja dos Reis Magos agora destaca-se na Rua Maurício Cardoso. (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Este vazio urbano deixado pela demolição da casa histórica nos revela uma visual inédita da igreja dos Reis Magos, recentemente reinaugurada inteiramente restaurada. O projeto foi executado com recursos próprios da comunidade evangélica, que lutou por verbas sem nenhum apoio de leis de incentivo à cultura ou outros programas estatais, por não ser um bem tombado. Com esse episódio triste, temos a possibilidade de ver triunfar uma esperança logo atrás deste e de outros episódios lamentáveis!
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Texto: Jorge Luís Stocker Jr
Fotos: Elis Regina Berndt e Jorge Luís Stocker Jr.
ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Leia também:
- Matérias publicadas na DEFENDER, extraídas do Jornal NH, a respeito da casa histórica: [1 | 2]
Após uma verdadeira novela, envolvendo demolição não autorizada, obra embargada e diversas reportagens polêmicas nos jornais, mais uma casa localizada no centro histórico de Hamburgo Velho desaparece completamente sob nossos olhares impassíveis, deixando este importante conjunto cada vez mais desfalcado.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
(O vazio deixado pela demolição da casa histórica. Seu térreo, até então preservado, é intervenção posterior. foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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A casa, apesar das sucessivas reformas recebidas ao longo do tempo, tinha redobrada sua importância por encontrar-se dentro do Centro Histórico de Hamburgo Velho (delimitado pelo Plano Diretor do Município), um dos poucos sítios históricos urbanos referentes à imigração alemã existentes no Estado. Era parte integrante da paisagem urbana do bairro e inevitavelmente, entrava no conceito de conjunto, estando no entorno imediato de outras importantes construções históricas (Casa Kayser, antigo Evangelisches Stift, antiga Bier Garten e Igreja dos Reis Magos).
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Como sempre, as justificativas para demolição foram das mais infundadas, envolvendo "perigo de desabamento nos pedestres", "nenhum valor histórico", "irrelevância para a história da cidade", e até mesmo seu "estado de ruínas".
Pois bem, é impossível exigir que os imóveis históricos mantenham sua integridade e valor econômico após décadas de abandono, falta de manutenção, infiltração e descaso. Todos estes fatores apenas colaboram para a dificuldade de sua preservação, encarecendo ou até inviabilizando uma futura restauração. Estes problemas são fruto apenas do descuido com o próprio bem imóvel, e não uma consequência da antiguidade do bem.
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A espessura de suas paredes, reveladas durante a demolição da casa, revelaram a rigidez estrutural que as empenas mantinham apesar dos anos de abandono e falta de manutenção.
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Acompanhe as diversas fases que a casa passou, antes de sua completa demolição.
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- Em março de 2008, a casa encontrava-se em sua integridade. Apesar disso, eram claros os sinais de abandono observados nas esquadrias e no aparecimento de vegetação, prejudicando a empena. O assoalho de madeira, observável pelo térreo, já encontrava-se inteiramente apodrecido.
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(foto: Elis Regina Berndt)
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- Um ano depois, em março de 2009, já com a platibanda derrubada e telhamento retirado:
(foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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- Telhamento retirado, em abril de 2009. A casa permaneceu assim por meses:
(foto: Elis Regina Berndt)
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- Em Junho de 2009, a demolição foi reiniciada, sendo derrubadas as paredes laterais e todo o telhado. A obra foi embargada quando só restava a fachada frontal, sem resquícios de importância histórica. Nesta época, foram publicadas notícias no jornal da região.
(foto: Elis Regina Berndt)
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- Em 19 de Julho de 2009, com seu volume histórico já completamente demolido.
(foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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E assim termina mais um lamentável capítulo da incansável luta pela valorização e preservação do centro histórico de Novo Hamburgo. Seria completamente insano imaginar que o valor histórico da construção possa ser recuperado com uma reconstrução. Um documento histórico real nunca deve ser trocado por cópias e simulacros.
O enorme potencial cultural e turístico da região continua subutilizado, e como vemos neste caso, desperdiçado por falta de interesse e de informação - e quem sabe, de empreendedorismo por parte dos proprietários.
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Com muitas e tristes perdas nos últimos tempos (incluídas nesse rol as várias casas que foram inteiramente demolidas e reconstruídas em projetos de restauro no mínimo discutíveis - deixando-as comprometidas em seu valor histórico), Hamburgo Velho segue desvalorizada e com seu enorme potencial adormecido. Um tesouro usado como simples corredor de passagem para o crescente fluxo de carros da cidade. E infelizmente continuará assim, enquanto o "ranço" e o clima de má vontade e discórdia entre os diversos movimentos sociais e políticos interessados no bairro permanecer.
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Igreja dos Reis Magos agora destaca-se na Rua Maurício Cardoso. (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Este vazio urbano deixado pela demolição da casa histórica nos revela uma visual inédita da igreja dos Reis Magos, recentemente reinaugurada inteiramente restaurada. O projeto foi executado com recursos próprios da comunidade evangélica, que lutou por verbas sem nenhum apoio de leis de incentivo à cultura ou outros programas estatais, por não ser um bem tombado. Com esse episódio triste, temos a possibilidade de ver triunfar uma esperança logo atrás deste e de outros episódios lamentáveis!
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Texto: Jorge Luís Stocker Jr
Fotos: Elis Regina Berndt e Jorge Luís Stocker Jr.
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Leia também:
- Matérias publicadas na DEFENDER, extraídas do Jornal NH, a respeito da casa histórica: [1 | 2]
segunda-feira, 22 de junho de 2009
NOVO HAMBURGO: Rua General Osório, o corredor histórico-cultural
ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Novo Hamburgo, assim como a grande maioria das cidades brasileiras, perdeu muitos de seus prédios históricos nas últimas décadas. O período de industrialização foi crítico, ocorrendo um crescimento econômico e populacional rápido e mal planejado, nunca acompanhado pelo aumento da qualidade de vida, cultura e educação.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Antiga Sede da Sociedade Frohsin (provavelmente durante passeata integralista?) (fonte: acervo digital / Prefeitura g. 2004)).
O prédio no seu aspecto atual. Teria sido projetado por Theo Wiederspahn (foto: Jorge Luís Stocker Jr, Junho 2009).
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Devido a essa mentalidade – que apesar da(s) crise(s), parece estar em voga até hoje – o centro da cidade tornou-se um local feio, confuso e com poucas referências. A cidade inteira sofre do mesmo mal.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Apesar de tudo, ainda é possível ter uma boa leitura da história do desenvolvimento da cidade no próprio meio urbano, quando prestamos atenção em uma rua que foi uma das frentes de crescimento da cidade. Esta rua é a General Osório - antigamente a principal via de ligação entre Hamburgo Velho e o Centro da cidade.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Prédio histórico do Colégio Santa Catarina, representa até hoje a importância social da rua (foto: Jorge Luís Stocker Jr, outubro 2008)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Devido a isso e a relativamente boa quantidade de exemplares históricos importantes ainda preservados, a rua foi declarada um Corredor Histórico-Cultural no Plano Diretor de 2004.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
“ 2. CC NH-HV - Corredor Histórico-Cultural de ligação Novo Hamburgo-Hamburgo Velho: Corredor vinculado à Rua General Osório no Bairro Hamburgo Velho com características histórico-cultural e paisagística. Ocupação e uso preferencial habitacional unifamiliar, comercial, prestação de serviços e de desenvolvimento do potencial turístico, apresentando necessidade de projeto especial.” (Seção IV, Artigo 32)
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Casa Gerhardt, em seu aspecto antigo. (fonte: acervo digital / Prefeitura g. 2004)).
Casa Gerhardt, em seu aspecto atual, com algumas modificações. (foto: Elis Regina Berndt, Junho 2009)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
A iniciativa, importante para embasar a preservação das construções ainda existentes na rua quando ocorrer alguma solicitação de demolição ou de construção inadequada, infelizmente não tem ainda o alcance desejado. O projeto especial mencionado nunca foi elaborado.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Casa Richter, com sua fachada de 1904 muito bem conservada, é um exemplo de preservação. A foto apresenta o uso de sótão no frontão, típico da arquitetura eclética com influência da imigração alemã (foto: Elis Regina Berndt, junho 2009)
Detalhe de maçaneta da Casa Richter (foto: Elis Regina Berndt, junho 2009)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
A população continua de costas para a história da cidade, usando a rua apenas como corredor de passagem. Se o “centro histórico” de hamburgo velho em si sofre com o descaso, o que dizer de uma via que, com muita dificuldade, apenas mantém algumas características históricas, e sem maiores atrativos visitáveis e receptivos?
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Casa Grünn (foto: Jorge Luís Stocker Jr, Junho de 2009).
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Apesar da série de problemas, que envolvem a estética urbana, falta de cuidado com painéis publicitários, vegetação desordenada e inadequada, calçadas irregulares entre outros, caminhar pela Rua General Osório ainda é um interessante exercício de contemplação e descoberta histórica.
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Ainda é possível reconhecer a marquise e a coluna em V do Antigo Posto Engel (foto: Elis Regina Berndt, junho 2009)
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Uma das poucas casas em madeira conservadas, a Casa Wingert apresenta uso de lambrequins. (foto: Elis Regina Berndt, junho 2009)
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A centenária Casa Klein, outro exemplo de boa conservação e de respeito ao patrimônio.
Também apresenta fortes características da imigração alemã.
(foto: Jorge Luís Stocker Jr, outubro 2008)
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Texto: Jorge Luís Stocker Jr.
Imagens: Elis Regina Berndt e Jorge Luís Stocker Jr.
ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Novo Hamburgo, assim como a grande maioria das cidades brasileiras, perdeu muitos de seus prédios históricos nas últimas décadas. O período de industrialização foi crítico, ocorrendo um crescimento econômico e populacional rápido e mal planejado, nunca acompanhado pelo aumento da qualidade de vida, cultura e educação.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Antiga Sede da Sociedade Frohsin (provavelmente durante passeata integralista?) (fonte: acervo digital / Prefeitura g. 2004)).
O prédio no seu aspecto atual. Teria sido projetado por Theo Wiederspahn (foto: Jorge Luís Stocker Jr, Junho 2009).
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Devido a essa mentalidade – que apesar da(s) crise(s), parece estar em voga até hoje – o centro da cidade tornou-se um local feio, confuso e com poucas referências. A cidade inteira sofre do mesmo mal.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Apesar de tudo, ainda é possível ter uma boa leitura da história do desenvolvimento da cidade no próprio meio urbano, quando prestamos atenção em uma rua que foi uma das frentes de crescimento da cidade. Esta rua é a General Osório - antigamente a principal via de ligação entre Hamburgo Velho e o Centro da cidade.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Prédio histórico do Colégio Santa Catarina, representa até hoje a importância social da rua (foto: Jorge Luís Stocker Jr, outubro 2008)
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Devido a isso e a relativamente boa quantidade de exemplares históricos importantes ainda preservados, a rua foi declarada um Corredor Histórico-Cultural no Plano Diretor de 2004.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
“ 2. CC NH-HV - Corredor Histórico-Cultural de ligação Novo Hamburgo-Hamburgo Velho: Corredor vinculado à Rua General Osório no Bairro Hamburgo Velho com características histórico-cultural e paisagística. Ocupação e uso preferencial habitacional unifamiliar, comercial, prestação de serviços e de desenvolvimento do potencial turístico, apresentando necessidade de projeto especial.” (Seção IV, Artigo 32)
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Casa Gerhardt, em seu aspecto antigo. (fonte: acervo digital / Prefeitura g. 2004)).
Casa Gerhardt, em seu aspecto atual, com algumas modificações. (foto: Elis Regina Berndt, Junho 2009)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
A iniciativa, importante para embasar a preservação das construções ainda existentes na rua quando ocorrer alguma solicitação de demolição ou de construção inadequada, infelizmente não tem ainda o alcance desejado. O projeto especial mencionado nunca foi elaborado.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Casa Richter, com sua fachada de 1904 muito bem conservada, é um exemplo de preservação. A foto apresenta o uso de sótão no frontão, típico da arquitetura eclética com influência da imigração alemã (foto: Elis Regina Berndt, junho 2009)
Detalhe de maçaneta da Casa Richter (foto: Elis Regina Berndt, junho 2009)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
A população continua de costas para a história da cidade, usando a rua apenas como corredor de passagem. Se o “centro histórico” de hamburgo velho em si sofre com o descaso, o que dizer de uma via que, com muita dificuldade, apenas mantém algumas características históricas, e sem maiores atrativos visitáveis e receptivos?
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Casa Grünn (foto: Jorge Luís Stocker Jr, Junho de 2009).
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Apesar da série de problemas, que envolvem a estética urbana, falta de cuidado com painéis publicitários, vegetação desordenada e inadequada, calçadas irregulares entre outros, caminhar pela Rua General Osório ainda é um interessante exercício de contemplação e descoberta histórica.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Ainda é possível reconhecer a marquise e a coluna em V do Antigo Posto Engel (foto: Elis Regina Berndt, junho 2009)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Uma das poucas casas em madeira conservadas, a Casa Wingert apresenta uso de lambrequins. (foto: Elis Regina Berndt, junho 2009)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
A centenária Casa Klein, outro exemplo de boa conservação e de respeito ao patrimônio.
Também apresenta fortes características da imigração alemã.
(foto: Jorge Luís Stocker Jr, outubro 2008)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Texto: Jorge Luís Stocker Jr.
Imagens: Elis Regina Berndt e Jorge Luís Stocker Jr.
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quarta-feira, 10 de junho de 2009
Varal Fotográfico Campo Bom - Legado Cultural
Os autores do blog estarão promovendo um varal fotográfico durante a Festa do Sapato, em Campo Bom.
Venha apreciar o legado cultural da cidade, conversar conosco e curtir a Festa!
[Clique para ampliar]
Participe do Fotochimas - Fotografia e Amizade.
Venha apreciar o legado cultural da cidade, conversar conosco e curtir a Festa!
[Clique para ampliar]
Participe do Fotochimas - Fotografia e Amizade.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Apresentando... Picada 48 Alta, localidade de Ivoti (RS)
ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
O Rio Grande do Sul é muito deficiente na divulgação do patrimônio cultural da imigração alemã. As massas são conduzidas para os locais mais cenográficos possíveis, em detrimento da autenticidade. Oferecemos para o turista o que temos de pior em termos de preservação cultural, as “cidades temáticas” Gramado e Canela, e mais recentemente, Nova Petrópolis. O luxo forçado e o pretensioso clima europeu encanta os turistas, ao mesmo tempo que sobrepõe e elimina a simplicidade encantadora da cultura trazida pelos imigrantes alemães.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Casa enxaimel localizada em Picada 48 Alta (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
A falta de um projeto amplo e adequado, com responsabilidade cultural, torna os locais mais autênticos pouco atraentes, pela falta de investimentos, atrativos de acesso público e mesmo de informações a respeito dos lugares. Assim é Picada 48 Alta, em Ivoti: um diamante em estado bruto, lugar muito simples, mas repleto de preciosidades prontas para serem apreciadas por quem seja capaz de reconhecê-las.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Um pouco do cotidiano de Picada 48 Alta, em Ivoti (RS) (foto: Elis Regina Berndt)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Picada 48 Alta situa-se no alto de um morro, com acesso por um dos trechos menos movimentados da Avenida Presidente Lucena. Devido a ter ficado fora da “rota” de passagem, esta localidade não teve o mesmo desenvolvimento alcançado pelo núcleo chamado Bom Jardim, hoje sede do município.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Casa enxaimel em Picada 48 Alta, localidade de Ivoti (RS) (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
As constantes enchentes do Arroio Feitoria teriam sido motivo para o desenvolvimento da Picada no alto do morro, e não na sua encosta. Tais enchentes foram ainda a causa da decadência do local conhecido como Buraco do Diabo, outrora centro regional, mas que ficou por décadas abandonado e, adquirido e restaurado pela administração municipal, é hoje principal ponto turístico de Ivoti [este local será apresentado em outro artigo].
Logo ao chegar na localidade, é possível visitar o Armazém Fritzen. O prédio, construído em técnica enxaimel, já serviu de Salão de Baile e é até hoje o principal ponto comercial.
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O Armazém Fritzen, construído em técnica enxaimel, ainda preserva características de venda colonial. (foto: Elis Regina Berndt.)
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Mais a frente, encontramos um interessante conjunto construído em técnica enxaimel. É possível observar a construção em separado de dois blocos: a residência e a cozinha (bloco menor). Este tipo de configuração foi muito comum na adaptação sul rio-grandense da técnica enxaimel utilizada na Alemanha . Enquanto na Alemanha rural o mais comum era um bloco único, aqui este bloco foi subdividido. A principal razão para esta separação era a prevenção de incêndios.
O mais interessante é que este modelo residência+cozinha, encontrado logo na entrada da localidade, vai se repetir quase uma dezena de vezes ao longo da Rua 48 Alta. Encontramos várias casas com estrutura praticamente iguais (desprezando adições e reformas posteriores), num raro caso de “modelo” reproduzido às dúzias numa mesma localidade.
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Conjunto residência + cozinha preservado em suas características originais. (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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A localidade preserva até os dias atuais sua vocação rural. Saem da estrada principal diversas estradas particulares que levam até as suas respectivas plantações, ficando as residências enxaimel mais próximas da rua principal (algumas até hoje são sede das propriedades). Mais próximo a divisa com Dois Irmãos, as criações de muares na beira da estrada são um atrativo a parte.ATE
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Uma das tantas casinhas enxaimel construídas com a técnica original na Picada 48 Alta, em Ivoti (RS) (foto: Elis Regina Berndt.)
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Durante todo o caminho, também pode-se apreciar uma característica muito interessante das regiões rurais do Rio Grande do Sul, tanto de colonização alemã quanto italiana e açoriana: os muros de pedra, alguns deles já centenários. Estes muros delimitam áreas de plantação e áreas pastoris, além dos próprios limites da propriedade.
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Características rurais, com destaque ao muro de pedras delimitando a propriedade. (foto: Elis Regina Berndt).
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Picada 48 Alta não é atraente para o turismo de massas. É tampouco um local movimentado, devido a existência de outras estradas de ligação entre Dois Irmãos e Ivoti, melhores conservadas. É, no entanto, uma das poucas localidades da região metropolitana de Porto Alegre que preserva quase que integralmente suas características da época da colonização.
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Casa enxaimel com uso residencial em Picada 48 Alta (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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É inegável a importância da técnica enxaimel como manifestação cultural autêntica, trazida pelos imigrantes alemães. Pela quantidade de construções enxaimel, a Picada 48 Alta é sem dúvidas, um núcleo rural muito relevante e com grande potencial a ser explorado de forma responsável. Torna-se urgente um levantamento abrangente, juntamente com ações de educação patrimonial, de forma a valorizar este conjunto e permitir que ele seja preservado para as próximas gerações.
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Texto: Jorge Luís Stocker Jr.
ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Veja também:
- Site oficial da Prefeitura de Ivoti, com informações turísticas.
- Duas fotos de Picada 48 Alta no Panoramio, situadas no mapa [ 1 | 2 ]
O Rio Grande do Sul é muito deficiente na divulgação do patrimônio cultural da imigração alemã. As massas são conduzidas para os locais mais cenográficos possíveis, em detrimento da autenticidade. Oferecemos para o turista o que temos de pior em termos de preservação cultural, as “cidades temáticas” Gramado e Canela, e mais recentemente, Nova Petrópolis. O luxo forçado e o pretensioso clima europeu encanta os turistas, ao mesmo tempo que sobrepõe e elimina a simplicidade encantadora da cultura trazida pelos imigrantes alemães.
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Casa enxaimel localizada em Picada 48 Alta (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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A falta de um projeto amplo e adequado, com responsabilidade cultural, torna os locais mais autênticos pouco atraentes, pela falta de investimentos, atrativos de acesso público e mesmo de informações a respeito dos lugares. Assim é Picada 48 Alta, em Ivoti: um diamante em estado bruto, lugar muito simples, mas repleto de preciosidades prontas para serem apreciadas por quem seja capaz de reconhecê-las.
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Um pouco do cotidiano de Picada 48 Alta, em Ivoti (RS) (foto: Elis Regina Berndt)
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Picada 48 Alta situa-se no alto de um morro, com acesso por um dos trechos menos movimentados da Avenida Presidente Lucena. Devido a ter ficado fora da “rota” de passagem, esta localidade não teve o mesmo desenvolvimento alcançado pelo núcleo chamado Bom Jardim, hoje sede do município.
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Casa enxaimel em Picada 48 Alta, localidade de Ivoti (RS) (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
As constantes enchentes do Arroio Feitoria teriam sido motivo para o desenvolvimento da Picada no alto do morro, e não na sua encosta. Tais enchentes foram ainda a causa da decadência do local conhecido como Buraco do Diabo, outrora centro regional, mas que ficou por décadas abandonado e, adquirido e restaurado pela administração municipal, é hoje principal ponto turístico de Ivoti [este local será apresentado em outro artigo].
Logo ao chegar na localidade, é possível visitar o Armazém Fritzen. O prédio, construído em técnica enxaimel, já serviu de Salão de Baile e é até hoje o principal ponto comercial.
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O Armazém Fritzen, construído em técnica enxaimel, ainda preserva características de venda colonial. (foto: Elis Regina Berndt.)
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Mais a frente, encontramos um interessante conjunto construído em técnica enxaimel. É possível observar a construção em separado de dois blocos: a residência e a cozinha (bloco menor). Este tipo de configuração foi muito comum na adaptação sul rio-grandense da técnica enxaimel utilizada na Alemanha . Enquanto na Alemanha rural o mais comum era um bloco único, aqui este bloco foi subdividido. A principal razão para esta separação era a prevenção de incêndios.
O mais interessante é que este modelo residência+cozinha, encontrado logo na entrada da localidade, vai se repetir quase uma dezena de vezes ao longo da Rua 48 Alta. Encontramos várias casas com estrutura praticamente iguais (desprezando adições e reformas posteriores), num raro caso de “modelo” reproduzido às dúzias numa mesma localidade.
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Conjunto residência + cozinha preservado em suas características originais. (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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A localidade preserva até os dias atuais sua vocação rural. Saem da estrada principal diversas estradas particulares que levam até as suas respectivas plantações, ficando as residências enxaimel mais próximas da rua principal (algumas até hoje são sede das propriedades). Mais próximo a divisa com Dois Irmãos, as criações de muares na beira da estrada são um atrativo a parte.ATE
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Uma das tantas casinhas enxaimel construídas com a técnica original na Picada 48 Alta, em Ivoti (RS) (foto: Elis Regina Berndt.)
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Durante todo o caminho, também pode-se apreciar uma característica muito interessante das regiões rurais do Rio Grande do Sul, tanto de colonização alemã quanto italiana e açoriana: os muros de pedra, alguns deles já centenários. Estes muros delimitam áreas de plantação e áreas pastoris, além dos próprios limites da propriedade.
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Características rurais, com destaque ao muro de pedras delimitando a propriedade. (foto: Elis Regina Berndt).
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Picada 48 Alta não é atraente para o turismo de massas. É tampouco um local movimentado, devido a existência de outras estradas de ligação entre Dois Irmãos e Ivoti, melhores conservadas. É, no entanto, uma das poucas localidades da região metropolitana de Porto Alegre que preserva quase que integralmente suas características da época da colonização.
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Casa enxaimel com uso residencial em Picada 48 Alta (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
É inegável a importância da técnica enxaimel como manifestação cultural autêntica, trazida pelos imigrantes alemães. Pela quantidade de construções enxaimel, a Picada 48 Alta é sem dúvidas, um núcleo rural muito relevante e com grande potencial a ser explorado de forma responsável. Torna-se urgente um levantamento abrangente, juntamente com ações de educação patrimonial, de forma a valorizar este conjunto e permitir que ele seja preservado para as próximas gerações.
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Texto: Jorge Luís Stocker Jr.
ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Veja também:
- Site oficial da Prefeitura de Ivoti, com informações turísticas.
- Duas fotos de Picada 48 Alta no Panoramio, situadas no mapa [ 1 | 2 ]
segunda-feira, 16 de março de 2009
Apresentando... Santa Maria do Herval (RS)
ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Em busca da história da imigração alemã no Rio Grande do Sul, o turista mais desavisado pode acabar no centro de Gramado, admirando prédios construídos a menos de uma década em estrutura de concreto. Já na pequena cidade vizinha, Santa Maria do Herval, a história se mostra teimosamente preservada – apesar de não haver nenhum dispositivo legal pela proteção do patrimônio.
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A tranquilidade de um domingo em Santa Maria do Herval, chamada de Teewald no dialeto local(foto: Jorge Luís Stocker Jr)
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Santa Maria do Herval está incluída na Rota Romântica. Apesar disso, não conta com qualquer estrutura turística. Pontos de interesse existem: são diversas casas enxaimel originais espalhadas pelo município e suas localidades. O problema, porém, é o de sempre. Não existe vontade política para efetivar o tombamento, ou para motivar a revitalização e restauro dessas construções.
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Casa de comércio, num estilo eclético típico da imigração alemã. O fechamento dos vãos seria facilmente reversível, num programa de revitalização dos prédios históricos. (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Isso, trocando em miúdos, mostra o despreparo da cidade em receber turismo e mesmo em preservar seu aspecto de cidade histórica da imigração alemã. Hoje, o turista pode passear por lá e se encantar com as casas em técnica enxaimel originais da imigração. Porém, quando voltar trazendo alguém junto para ver, pode não mais encontrar as mesmas construções. Afinal, nada garante a sobrevivência desse patrimônio.
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Caso interessante de residência em técnica enxaimel (rebocada), e anexo em alvenaria com telhado de quatro águas (Foto: Elis Regina Berndt)
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Apesar disso, a cidade preserva em sua área urbana alguns interessantes exemplares, a grande maioria tendo ainda hoje uso residencial. É interessante ver essas casas centenárias sendo utilizadas normalmente até hoje. Felizmente, não há na área urbana nenhuma casa abandonada.
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Casinha enxaimel com uso residencial, na área urbana do município. (Foto: Elis Regina Berndt)
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O dialeto Hunsrückisch
O mais interessante, porém, é o patrimônio imaterial do local. A língua oficial parece ser o dialeto Hunsrückisch (relativo a região do Hunsrick, de onde vieram os imigrantes alemães que se estabeleceram neste local a partir de 1854). É muito interessante caminhar pelo local e ver conversas em alemão dialeto acontecendo aqui e ali, algo em extinção nas antigas colônias mais desenvolvidas nos dias atuais, como Novo Hamburgo.
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Conjunto enxaimel construído em duas etapas, com uso residencial. (foto: Elis Regina Berndt)
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Divertido também, é entrar nas casas de comércio da região. Tudo que você perguntar, será provavelmente respondido em alemão, até que você informe que não domina o dialeto. Apesar de muito desconfiadas, após apresentações as pessoas se tornam muito receptivas.
Os olhares curiosos são frequentes, já que a quantidade de turistas que passam pela cidade ainda é quase nula, e os poucos que passam por ali dificilmente descem do carro para conhecer melhor o local.
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Relíquias Históricas
As duas grandes relíquias históricas da cidade são a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, e o casarão enxaimel que abriga o Museu Histórico da cidade.
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A igreja de Nossa Senhora Auxiliadora destacando-se na paisagem local (Foto: Elis Regina Berndt )
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A igreja foi construída em 1909 e complementada em 1935, no belíssimo estilo neogótico. A impressão é de realmente estar visitando um templo na Alemanha rural, tal a precisão e o cuidado com o uso das formas históricas. A surpresa fica por conta do interior, onde se teve o cuidado de construir naves laterais e falsas abóbadas. As inscrições em alemão ajudam a construir este clima.
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O interior da igreja. Numa das abóbadas, lê-se a inscrição em alemão “Maria Mit Dem Kinde Liebe Uns Allen Deinen Segen Gibt” (Foto: Elis Regina Berndt)
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Destaca-se ainda o trabalho de marcenaria dos altares e púlpito, também com formas neogóticas. Nos altares, encontram-se três imagens trazidas de Munique (Alemanha), em 1870.
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Museu Municipal (foto: Jorge Luís Stocker Jr)
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Já na entrada da cidade, um casarão antigo chama atenção na paisagem da cidade. Trata-se do Museu Histórico Municipal, instalado no antigo casarão construído totalmente em técnica enxaimel de influência vestfaliana.
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Texto: Jorge Luís Stocker Jr.
Imagens: Elis Regina Berndt e Jorge Luís Stocker Jr.
Informações e imagens referentes a visita feita em 30.08.08.
ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
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História da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora.
Em busca da história da imigração alemã no Rio Grande do Sul, o turista mais desavisado pode acabar no centro de Gramado, admirando prédios construídos a menos de uma década em estrutura de concreto. Já na pequena cidade vizinha, Santa Maria do Herval, a história se mostra teimosamente preservada – apesar de não haver nenhum dispositivo legal pela proteção do patrimônio.
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A tranquilidade de um domingo em Santa Maria do Herval, chamada de Teewald no dialeto local(foto: Jorge Luís Stocker Jr)
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Santa Maria do Herval está incluída na Rota Romântica. Apesar disso, não conta com qualquer estrutura turística. Pontos de interesse existem: são diversas casas enxaimel originais espalhadas pelo município e suas localidades. O problema, porém, é o de sempre. Não existe vontade política para efetivar o tombamento, ou para motivar a revitalização e restauro dessas construções.
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Casa de comércio, num estilo eclético típico da imigração alemã. O fechamento dos vãos seria facilmente reversível, num programa de revitalização dos prédios históricos. (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Isso, trocando em miúdos, mostra o despreparo da cidade em receber turismo e mesmo em preservar seu aspecto de cidade histórica da imigração alemã. Hoje, o turista pode passear por lá e se encantar com as casas em técnica enxaimel originais da imigração. Porém, quando voltar trazendo alguém junto para ver, pode não mais encontrar as mesmas construções. Afinal, nada garante a sobrevivência desse patrimônio.
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Caso interessante de residência em técnica enxaimel (rebocada), e anexo em alvenaria com telhado de quatro águas (Foto: Elis Regina Berndt)
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Apesar disso, a cidade preserva em sua área urbana alguns interessantes exemplares, a grande maioria tendo ainda hoje uso residencial. É interessante ver essas casas centenárias sendo utilizadas normalmente até hoje. Felizmente, não há na área urbana nenhuma casa abandonada.
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Casinha enxaimel com uso residencial, na área urbana do município. (Foto: Elis Regina Berndt)
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O dialeto Hunsrückisch
O mais interessante, porém, é o patrimônio imaterial do local. A língua oficial parece ser o dialeto Hunsrückisch (relativo a região do Hunsrick, de onde vieram os imigrantes alemães que se estabeleceram neste local a partir de 1854). É muito interessante caminhar pelo local e ver conversas em alemão dialeto acontecendo aqui e ali, algo em extinção nas antigas colônias mais desenvolvidas nos dias atuais, como Novo Hamburgo.
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Conjunto enxaimel construído em duas etapas, com uso residencial. (foto: Elis Regina Berndt)
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Divertido também, é entrar nas casas de comércio da região. Tudo que você perguntar, será provavelmente respondido em alemão, até que você informe que não domina o dialeto. Apesar de muito desconfiadas, após apresentações as pessoas se tornam muito receptivas.
Os olhares curiosos são frequentes, já que a quantidade de turistas que passam pela cidade ainda é quase nula, e os poucos que passam por ali dificilmente descem do carro para conhecer melhor o local.
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Relíquias Históricas
As duas grandes relíquias históricas da cidade são a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, e o casarão enxaimel que abriga o Museu Histórico da cidade.
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A igreja de Nossa Senhora Auxiliadora destacando-se na paisagem local (Foto: Elis Regina Berndt )
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A igreja foi construída em 1909 e complementada em 1935, no belíssimo estilo neogótico. A impressão é de realmente estar visitando um templo na Alemanha rural, tal a precisão e o cuidado com o uso das formas históricas. A surpresa fica por conta do interior, onde se teve o cuidado de construir naves laterais e falsas abóbadas. As inscrições em alemão ajudam a construir este clima.
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O interior da igreja. Numa das abóbadas, lê-se a inscrição em alemão “Maria Mit Dem Kinde Liebe Uns Allen Deinen Segen Gibt” (Foto: Elis Regina Berndt)
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Destaca-se ainda o trabalho de marcenaria dos altares e púlpito, também com formas neogóticas. Nos altares, encontram-se três imagens trazidas de Munique (Alemanha), em 1870.
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Museu Municipal (foto: Jorge Luís Stocker Jr)
ESTE ARTIGO NÃO PODE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
Já na entrada da cidade, um casarão antigo chama atenção na paisagem da cidade. Trata-se do Museu Histórico Municipal, instalado no antigo casarão construído totalmente em técnica enxaimel de influência vestfaliana.
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Texto: Jorge Luís Stocker Jr.
Imagens: Elis Regina Berndt e Jorge Luís Stocker Jr.
Informações e imagens referentes a visita feita em 30.08.08.
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