terça-feira, 22 de junho de 2010

Motivos para preservação do patrimônio e as destruições em Novo Hamburgo (RS)

Com políticas de preservação ineficazes ou inexistentes, edificações valiosas que identificam a região de imigração alemã do Rio Grande do Sul sucubem às pressões do mercado imobiliário.
ATENÇÃO: ESTE ARTIGO NÃO É CONTEÚDO LIVRE E SÓ PODE SER REPRODUZIDO TOTAL OU PARCIALMENTE SOB AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DOS AUTORES.
Preservar não (apenas) pelo belo, mas pelo conteúdo


Casa demolida em junho/2010, sob aprovação do poder público, no centro de Novo Hamburgo: uma das pioneiras do padrão volumétrico que marcaria as colônias alemãs e que surgiu na cidade. (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
O patrimônio cultural brasileiro têm sido depredado e destruído dia após dia. Quando muito, ouvem-se lamúrias que buscam valorizar a "beleza"dos prédios antigos, em contraponto à padronização e falta de senso artístico da produção atual. Porém, mais do que um "regojizo" para o olhar, os prédios antigos desempenham muitas funções importantes dentro do tecido urbano.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
A mais importante das funções talvez seja a sua própria materialidade como "documento histórico". O prédio como um todo pode ser analisado de forma a encontrar respostas e perguntas sobre determinados períodos - as soluções construtivas revelam a procedência do conhecimento técnico e aspectos culturais da sociedade que o construiu, bem como o estágio de evolução tecnológica. Já a organização espacial diz muito sobre o modo de vida, aspectos sociais relevantes, entre outras. Até mesmo as modificações dos prédios através dos tempos, podem ser ricas fontes sobre as mudanças de valores estéticos, sociais e como eles se manifestaram na construção.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Maquetes (reais ou virtuais), levantamentos, fotografias: nada pode substituir o valor de um prédio histórico na sua integridade, justamente por ser uma fonte não terceirizada, da qual podemos extrair informações e interpretações diretamente, sem resíduos interpretativos ou erros acumulados.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

Exemplo de conjunto importante, abandonado pelos olhares da sociedade. Situa-se na rua Marcílio Dias, em Novo Hamburgo (RS). Apesar do seu inestimável valor histórico, as casas deste padrão volumétrico típico das regiões de imigração alemã são desprezadas, e por este motivo, constantemente demolidas ao ponto de estarem próximas do desaparecimento. (foto: Jorge Luís Stocker Jr./2009)
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Considerando a cidade, novamente os prédios históricos desempenham importante papel, ainda que estejam deslocados de um conjunto homogêneo e isolados em suas características de época. Eles são responsáveis pela sensação de continuidade, esta "ponte" que nos permite conhecer e reconhecer o passado, tendo assim segurança para viver o atual e o futuro. Esta sensação agradável deriva da facilidade de entendimento: tudo aquilo que pode ser entendido e linearizado nos traz mais segurança. Uma cidade sem referenciais (sejam marcos históricos ou contemporâneros, monumentos, etc.) é carente de identidade, e traz por isto insegurança, dificuldades de localização, além da falta de "apego" pelo local de morada.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
É possível, através da preservação de exemplares autênticos, datar de forma confiável a existência de determinadas vias e sua configuração estética e social em determinadas épocas.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
O bem histórico é insubstituível na sua condição de documento
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
É recorrente que, na atualidade, se faça amplos levantamentos históricos e fotográficos, além de séries de entrevistas orais que procuram "resgatar" a história das cidades. Desta forma, deixa-se "vestígios" e registros para posteriores pesquisas, visto que é provável a perda definitiva destas memórias e do aspecto destes prédios e lugares. Instrumentos de preservação previstos constitucionalmente, os inventários muitas vezes tem sido empregados com esta função reduzida de "deixar registros".
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
O mais triste de tudo é que sabemos: história escrita e interpretada é sim, importantíssima, porém, não faz parte do cotidiano da população. Assim como "a cura para o câncer" não faz parte da pauta e do dia-a-dia de todos os moradores da cidade, também o estudo da história e seus meandros é irrelevante para estas pessoas. A memória da dona Maria, de fato e infelizmente, não vai interessar de forma alguma a dona Joana.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
O valor do patrimônio também reside no seu significado atual
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
E é aí que reside um dos maiores valores do patrimônio cultural material: Ele pertence sim a um mundo que já não existe, nasceu no passado - porém, pode fazer sentido e pode ser vivenciado no mundo presente!
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
A continuidade do patrimônio e sua inclusão no cotidiano da população torna possível que ele continue fazendo sentido através dos tempos, "referendando" sua própria conservação. Criando estes vínculos entre a sociedade atual e o legado pretérito, o passado passa a participar da vida cotidiana, e não apenas dos estudos históricos do meio acadêmico. Novamente relembramos que fotografias, maquetes, textos e vídeos podem ser analisados, mas nunca vivenciados como o patrimônio conservado em sua integridade.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

Uma das casas pioneiras neste padrão volumétrico, a Casa Richter é atualmente mantida de forma exemplar pelos proprietários. (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
A demolição de um bem histórico pela mera pressão imobiliária, apesar de uma constante, não pode continuar sendo encarado como rotineiro e comum. O risco é o bem-estar da cidade como um todo e a fragilização de sua identidade: não apenas se perde um "belo prédio antigo", mas queima-se definitivamente uma série de informações possíveis. Perde-se, ainda, uma possibilidade de vínculo afetivo dos moradores com as raízes culturais do município.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
As casas germânicas da Colônia Alemã de São Leopoldo
(conhecidas como: casas de frontão recortado, casas de telhado simétrico, casas de sótão-frontão)

Ainda inexpressivos na bibliografia existente, e com aspectos e peculiaridades ansiando um estudo completo e adequado, as casas construídas na colônia alemã no período aproximadamente compreendido entre a década de 10 e o início da década de 40, tem sido sistematicamente destruídas.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

Antiga sociedade Frohsin, projetada pelo arquiteto alemão Theo Wiederspahn em 1909, é prova da influência da linguagem eclética erudita na difusão de uma arquitetura da germanidade. (foto: Elis Regina Berndt/2009)
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Alinhadas em certos aspectos com o ideário eclético, estas casas provavelmente foram influenciadas pela presença maciça de profissionais arquitetos e engenheiros de formação alemã na região de Porto Alegre deste período. São legítimas "construções da germanidade", pretendiam-se teuto-brasileiras na sua aparência. Apresentam uma inconfundível volumetria, marcada pela inclinação dos telhados (com consequente uso da área como sótão).
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
O deslocamento da "fachada principal", do lado maior para o lado menor, diferencia esta arquitetura da praticada em áreas de pura influência luso-brasileira. O oitão do telhado é valorizado, normalmente com uso de platibandas que constituem-se um marcante frontão - lembrando algumas vezes as soluções ecléticas para meios urbanos medievais, onde a estreiteza dos lotes impossibilita um aproveitamento mais horizontal.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Um dos poucos conjuntos homogêneos ainda existentes, apesar da desfiguração de algumas partes, na Av. São Miguel de Dois Irmãos (RS). Em primeiro plano, a casa Konradt. (foto: Jorge Luís Stocker Jr./2009)
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
As variações são muitas, existindo exemplares extremamente decorados - alguns com elementos eruditos, outros, com interpretações nitidamente vernaculares; e também exemplares extremamente despojados e geometrizantes, sintonizados, com algum atraso, às vanguardas européias.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Essa arquitetura relaciona-se com acontecimentos pré e pós primeira Guerra Mundial, e provavelmente, com o pangermanismo. e, praticamente, desaparece quando eclode a Segunda Guerra Mundial (e a consequente campanha maciça de nacionalização, repressão à cultura germânica e muitos outros episódios traumáticos que seguem mal contados e sempre omitidos). Esta "repressão nacionalista" é a provável causa do abandono moral destas casas, e seu esquecimento como portadoras de um conteúdo simbólico (o germanismo) e histórico (interpretação local do eclético).
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Os exemplares que seguem existindo, são no geral desvalorizados, desprezados em inventários e omitidos em listas de tombamentos. O poder público de cidades onde estas casas foram o "padrão" por décadas - como Campo Bom, Sapiranga, Ivoti e Novo Hamburgo - mostram-se indiferentes a sua importância, ignorando os poucos exemplares existentes e permitindo sua sumária demolição.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Nos poucos casos em que foram recentemente valorizados alguns exemplares, isto se deve muito mais ao seus aspectos históricos (ter sido importante entreposto comercial, como no caso da Casa Amarela de Ivoti, por exemplo) do que um real conhecimento e valorização do inegável caráter simbólico.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

Construída em 1949 - curiosamente, pelo menos 03 anos após o "fim da arquitetura teuto-brasileira" declarada pelo arquiteto Gunter Weimer em seu trabalho Arquitetura Erudita da Imigração Alemã. Situado em Jammerthal, interior de Picada Café, este exemplar bastante tardio ilustra a penetração da volumetria e das formas deste estilo pela população em geral, sua aplicação em prédios expontâneos e a perenidade que teve em locais de menos repressão nacionalista. (Foto: Elis Regina Berndt/ Março 2010)
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
O berço deste patrimônio e sua destruição - Novo Hamburgo e arredores
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Segundo o historiador Jean Roche, estas casas (que numa rápida análise, denominou "casas de telhado simétrico") teriam surgido em Novo Hamburgo. A informação, sem fontes, parece se confirmar pela datação das casas ainda encontradas (e vêm aí, reforçada, a importância da preserva dos prédios como documentos): a mais antiga encontrada por nós data de 1903. Trata-se da Casa Richter, que ainda não se afasta de forma tão óbvio da arquitetura luso-brasileira, mas já apresenta uma volumetria característica. Mais tarde, com o aperfeiçoamento do padrão, os telhados se tornariam ainda mais inclinados e a presença da janela central do sótão, ainda mais pronunciada.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
A demolição deste legado
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Engana-se quem pensa que a desvalorização do patrimônio das imigrações restringiu-se ao período da campanha nacionalista da Ditadura. Muitos dos últimos e importantes exemplares deste acervo tem sido demolidos nos últimos anos, alheios ao desenvolvimento turístico e desprezado pelos inventários culturais.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Casa inteiramente demolida no mês de junho de 2010 no centro de Novo Hamburgo. Construída em 1915, consistia em uma das mais antigas ainda existentes deste padrão, e uma das poucas praticamente ainda intocadas por modificações posteriores. (foto: Jorge Luís Stocker Jr. / 2009)
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Um dos primeiros exemplares deste padrão foi recentemente demolido em Novo Hamburgo. A casa, cuja datação da fachada informava sua construção em 1913, considerou-se desvalorizada por seu mau estado de conservação. Sem quaisquer protestos de nenhum setor da sociedade, este inestimável patrimônio foi rapidamente demolido sob acato da lei.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

Casa Moraes, nas proximidades do sítio histórico de Hamburgo Velho, inteiramente demolida no último ano. (foto: Jorge Luís Stocker Jr./2008)
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Aliás, esta tem sido a característica comum aos recentes casos de dano ao patrimônio cultural em toda região: contrariando o princípio dos direitos difusos (entre eles, o interesse cultural da sociedade na continuidade destes prédios, o potencial turístico, entre outros), as demolições são legalizadas e referendadas por conselhos (que infelizmente, apesar do esforço, são pressionados e engessados pelo mercado imobiliário, interesses políticos e falta de apoio das entidades), órgãos preservacionistas, e pelo próprio poder público - a quem cabe, constitucionalmente, a tutela e preservação deste patrimônio.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Localização da casa demolida, em imagem de 1952. (fonte: Acervo Gilberto Winter - www.bauderecordacoes.com.br)
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Com a autorização da própria lei, torna-se um ataque ao patrimônio cultural cometido a olhos vistos e acobertado pela legislação ineficiente e pela população desinteressada e ignorante de seus direitos e deveres. Ainda há quem atrasa-se no lento raciocínio de que constitui-se patrimônio histórico apenas os bens devidamente tombados.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Para estes, a citação abaixo poderia ser bastante esclarecedora:

É perfeitamente cabível a proteção ao bem de valor cultural, esteja ou não tombado. Um bem pode ter acentuado valor cultural, mesmo que ainda não reconhecido ou até mesmo se negado pelo administrador. Como vimos, o tombamento é ato declaratório e não constitutivo desse valor: pressupõe esse valor; não é o valor cultural que decorre do tombamento.

Hugo Nigro Mazzilli (“A Defesa dos Interesses Difusos em Juízo”, Ed. Saraiva, 17ª ed., SP 2004, p. 20)


Casa Trenz, de 1917, também foi recentemente demolida, em prejuízo da memória do município. (foto: Jorge Luís Stocker Jr./2008)
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

As casas, que comprovavam a ligação de Novo Hamburgo com o advento deste tipo de construção, que se tornou padrão e marcou o visual de todas as colônias alemãs, simplesmente desaparecem para dar lugar a um prédio qualquer da rotina imobiliária. Fica ferida e perpetuamente danificada, assim, a própria IDENTIDADE do município de Novo Hamburgo.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Comprovam esta lenta agonia outras recentes destruições: as casas Trenz, Fensterseifer e Moraes, todas integrantes do Inventário provisório e inteiramente demolidas. Constituíam-se, em alguns casos, no último testemunho histórico deste período em toda a rua ou no trecho em que se situavam e, certamente, seu desaparecimento empobrece o meio urbano do município, bem como invibiliza futuras pesquisas que procurem mapear este padrão construtivo.
ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA

Casa Fensterseifer, de 1925, já em processo de demolição. Inteiramente demolida em Maio/2010. (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)

ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDO SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA
Texto: Jorge Luís Stocker Jr.
Imagens: Elis Regina Berndt e Jorge Luís Stocker Jr.

Veja também:

# Gunter Weimer: Arquitetura Erudita da Imigração Alemã (livro)
# Fotos de casas com este padrão volumétrico.

ATENÇÃO! NOSSOS ARTIGOS E IMAGENS ATUAIS NÃO SÃO CONTEÚDO LIVRE, E NÃO PODEM SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.

11 comentários:

  1. olá!
    não tive tempo agora de ler tudo q postaste, mas imagino o conteúdo...
    É extremamente triste que é feito aqui na região... sou de Nova Hartz e desanimo quando vejo a história da cidade indo ao chão. As pessoas falam tanto em preservação, mas se negam ao tombamento, preferem acabar com a história da família e construir um prédio novo no local. Complicado.

    ResponderExcluir
  2. É lamentável que isso ocorra no RS, onde esperávamos que o povo fosse mais evoluído, tal qual a fama que têm.
    Sou fluminense, minha cidade no interior do estado é uma das mais evoluídas nesse sentido, mas ainda temos que nos deparar com administradores alheios ao interesse de preservação, ora por ignorância, ora por interesses escusos. O que a população, deseducada, fará... nada. É lamentável!
    Parabenizo-o pelo belo trabalho.

    ResponderExcluir
  3. Apaixonante texto sob fatos tristes! Que pelo menos sirva para sensibilizar mais pessoas a respeito...

    ResponderExcluir
  4. É triste ver que a cidade da minha infância está sendo dilapidada das suas origens. E, mais, a sua memória também foi inoculada com Alzheimer. Triste
    Fernando J. Korndorfer
    Curitiba - PR

    ResponderExcluir
  5. Carissimo Jorge Luís Stocker Jr
    Em 2007 em parceria com a empresa Pergola de Porto Alegre tive o prazer de fazer o inventario do patrimonio alemao do Rio Grande do Sul para o IPHAN. Hoje moro na Italia , onde trabalho e estudo tentando me enriquecer com o que vejo por aqui. Trabalhei em Antonio Prado como chefe do escritorio tecnico do IPHAN, com as casas da imigraçao italiana e la tambem era muito dificil de se realizar alguma coisa, pois nao existe a aceitaçao do antigo. O motivo triste de deixar minha terra foi exatamente este descaso, desamor pela memoria e a falta de visao com as possibilidades inumeras criadas através da preservaçao, que nao dependem totalmente dos orgaos de preservaçao, mas tambem da mobilizaçao da populaçao.
    Louvo tua iniciativa, espero um dia poder voltar e me sentir valorizada na profissao que escolhi. Moro em Florença em um dos centros historicos mais lindos do mundo, e vejo todos os dias o progresso que pode ser gerado com a preservaçao da arte da arquitetura e das tradiçoes de um povo. Registrei maravilhas em Novo Hamburgo, em Sao Leopoldo, em Lindolfo Collor e todas as outras cidades limitrofes e fico chocada quando vejo estas maravilhas destruidas. Mais chocada fico... quando vejo que aqui na europa edificios com as mesmas caracteristicas estao vivos e eternos na sua historia dando liçoes de memoria aos milhares de visitantes todos os dias. Porque nos gauchos destruimos nossa memoria? Porque nos gauchos queremos esquecer nossas origens? Os profissionais da area sucumbem sem trabalho, estuda'se muito para ser um Conservador Restaurador, e com certeza amigo, se sofre muito diante da visao da perda dos nossos mais profundos valores. A historia do Rio Grande feita de varios povos se empobrece a cada perda.Um grande abraço, boa luta.
    Arquiteta.Urb. Especialista em Conservaçao e Restauro arquitetonico UFBA,Especialista em Bens Culturais em Centros Historicos UFRGS master em Valorizaçao de bens arquitetonicos e ambientais IILA, Universidade de Reggio Calabria Italia.Restauro em douramentos Centro Europeu per lo Restauro Florença It. Escrevo meus dados para contribuir com teu protesto como profissional da area.
    Enilda Miceli
    Italy

    ResponderExcluir
  6. De fato é lastimável ver a memória de nossa cidade sucumbir diante do "progresso" estampado em construções medíocres como a do edifício no local da antiga Aços Plangg ou do prediozinho onde ficava a Casa klaser. Onde está a realização das promessas feitas em campanha pela atual prefeitura sobre Hamburgo Velho? olhemos a antiga Fundação Evangélica!!!Sem contar o trânsito de veículos pesados.
    Temo ver nosso passado fixado apenas em maquetes e fotografias. Oxalá as coisas mudem.

    ResponderExcluir
  7. Ser terceiro mundo não é ser pobre. É ser burro.
    Temos um riquíssimo patrimônio e não valorizamos enquanto ainda é tempo. Talvez porque, como lembra Bauman, vivamos num tempo em que valoriza-se mais o esquecimento do que a própria memória. Na sucessão de reinícios que nossas vidas se transformaram, só há espaço para shoppings centers e estacionamentos. E o lamento surdo daqueles que ainda se importam com o passado e o que vai ser do futuro...

    ResponderExcluir
  8. Obrigada pelos comentários...adorei seu blog! É sempre bom compartilhar interesses em prol da nossa cultura. Aqui no Rio temos alguns exemplares da arquitetura alemã, chamado de estilo normando, porém ecletico. A atuação dos órgão de preservação são super importantes, mas o que realmente mantém o patrimônio é o valor que nós agregamos, mais do que incentivar ações culturais, a memória afetiva é o nosso melhor instrumento de preservação.

    ResponderExcluir
  9. Oi,

    Não sabia que você faz um blog com as histórias e as críticas as preservações arquitetônicas no RS. Muito legal! É isso ai, precisamos deste tipo de trabalho de Norte a Sul do Brasil, afinal, se nós simples cidadões não fizermos essas críticas, os órgãos competentes com certeza fecharão os olhos para tudo. Abs,

    ResponderExcluir
  10. Olá Jorge! Em primeiro lugar parabéns pelo blog.Meu nome é Vera Martins e sou a atual proprietária da "Casa Dupont" (rua Coronel Genuino Sampaio, Vila Nova, NH)e gostaria de saber se tens mais informações sobre aquela região de sobre a casa. Um abraço,

    ResponderExcluir

Atenção: nos reservamos o direito de não aprovar comentários agressivos, difamatórios ou anônimos.

OS COMENTÁRIOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES E NÃO EXPRESSAM O POSICIONAMENTO DO DZEITRS