Ilópolis tem a desvantagem de ser relativamente distante da Região Metropolitana de Porto Alegre – a viagem a partir de Porto Alegre dura cerca de 3 horas. Como, então, atrair um considerável número de pessoas até lá?
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O Museu do Pão, situado na pequena cidadezinha de Ilópolis, no Vale do Alto Taquari no Rio Grande do Sul, é o primeiro passo para a implantação do “Caminho dos Moinhos” – Rota turística que busca resgatar a memória da imigração italiana através da revitalização dos moinhos da região.
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O turismo cultural em cidades ainda não turísticas normalmente não é levado muito a sério. Temos no Rio Grande do Sul vários exemplos de cidades com um potencial enorme inexplorado - e ainda constantes casos de cidades que destroem seu potencial cultural para dar lugar a uma cidade “genérica” e sem atrativos, ou então à invenção de identidades culturais que não retratam propriamente a realidade histórica. A Associação dos Amigos dos Moinhos demonstrou um perfeito senso de profissionalismo e bom senso neste sentido.
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O Moinho
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O Moinho Colognese localiza-se no centro de Ilópolis. Foi construído em 1920. [Os moinhos tem importância no contexto da imigração italiana no Rio Grande do Sul, pois simbolizam a decisão dos imigrantes italianos de permanecerem no novo mundo, construindo aqui o maquinário para manufaturar sua alimentação.]. A edificação ficou por muitos anos em estado de abandono, porém sempre conservou intacto seu maquinário interno.
A restauração do Moinho fez-se mais do que necessária. Afinal, se trata de um dos poucos exemplares existentes dessa tipologia única no mundo - os moinhos de madeira construídos pelos imigrantes italianos. Torna-se assim um forte atrativo cultural: pela oportunidade de presenciar um moinho em pleno funcionamento, e também pelo link com a imigração italiana.
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Quando o prédio contemporâneo completa o patrimônio existente
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O Museu do Pão é um exemplo muito feliz de intervenção em área histórica. O prédio é de uma simplicidade e despretenciosidade capazes de torná-lo praticamente “normal” para olhos não acostumados a apreciar arquitetura. É na sutileza dos detalhes do projeto que se encontra seu valor.
O prédio não tira o foco do moinho: antes, o valoriza. Os panos de vidro e os percursos criados dão recursos para que se aprecie o moinho de todos os ângulos possíveis no terreno: coisa que seria improvável sem a existência dos anexos.
O moinho desponta na paisagem de Ilópolis com sua volumetria simples e inconfundível. O Museu do Pão e a Oficina contentam-se em sua posição de coadjuvantes, não com menor importância, mas com a dignidade do novo que respeita o antigo.
São muitas as pecualiridades do projeto, que fizeram com que merecesse destaque nas revistas aU e Projeto e Design no começo do ano.
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Desenho do projeto [escritório Brasil Arquitetura.]
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O uso dos três pilares nada convencionais sustentando a laje superior demonstram uma criatividade bem aplicada, tendo sido usado como referência um pilar de madeira interno do moinho. Esta resolução estrutural é um dos maiores destaques do volume do museu.
Além disso, a textura deixada em todos os fechamentos pela forma de madeira usada para a concretagem, harmoniza perfeitamente com a madeira do moinho. Como bem definiu o arquiteto Álvaro Siza [arquiteto português, autor do projeto da fundação Iberê Camargo em Porto Alegre] quando conheceu o projeto, ele é “uma celebração a madeira”.
O projeto conta ainda com painéis de madeira móveis, que com o tempo deverão adquirir a mesma coloração que o Moinho, tornando-se assim ainda mais harmônica a convivência.
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Outros atrativos culturais históricos de Ilópolis
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O conjunto formado pelo Moinho, Museu do Pão e Oficina de Panificação é completado pela vista do Santuário de São Paulo Apóstolo. O pequeno templo se destaca na cidade, devido a sua posição em um terreno mais alto. Seu interior não deve ser levado a sério como arquitetura histórica por ser intervenção recente, mas é feliz em inspirar o sentimento religioso.
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Existem ainda inteiras três edificações em madeira com lambrequins de madeira, sem a mesma concentração e ambientação original como em Antônio Prado, mas de inegável valor. Duas delas necessitam urgentemente de restauro – talvez com o desenvolvimento turístico do município, essas últimas três edificações possam ser resgatadas, não tendo o mesmo fim de outras que já foram destruídas.
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Texto e fotos: Jorge Luís Stocker Jr.
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Veja também:
- Vídeo da viagem da ASAEC/NH para Ilópolis (RS)
- Site oficial do Caminho dos Moinhos
- Vídeo sobre o Museu do Pão
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Olá:
ResponderExcluirAchei este blog sobre o município bem interessante! Pude ver mais pontos turísticos daí, e aprender mais também...Está em meus planos dar uma passada aí (creio que na época da Turismate seria bom). Até vou 'salvar' a página para vê-la mais vezes...
Rodrigo Rosa (Porto Alegre).
Do todo captou a Essência...
ResponderExcluirEstas casas são pousadas?
Faro di San Paolo
Eu visitei o Museu do Pão e achei um museu de primeiro mundo. Parabéns.
ResponderExcluirÉ um orgulho para nossa região ter projetos como este. Parece cenário de filme.
ResponderExcluirLuciano
que casas maravilhosas!!!!
ResponderExcluireu vi uma matéria no globo repórter e cai na net pra encontrar informações do lugar.
quero conhecer
Luis Carlos
Já fui 2 vezes, muito muito importante.
ResponderExcluirUm exemplo fantástico a ser seguido.
Uma aula de arquitetura,preservação histórica e bom senso, prova material que é possível.
É de destacar o sistema de ventilação e iluminação natural da escola de panificação.
Quantos "professores"?? de engenharia e arquitetura será que levaram seus alunos a visitar esta joia. Garanto que poucos.
http://www.youtube.com/watch?v=YBKwcBtP7SM&feature=youtu.be
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=YBKwcBtP7SM&feature=youtu.be
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